Os professores Eduardo Silva e Sarah Francine Schreiner da Univille São Bento do Sul participaram do IV Congresso Internacional de Direito Constitucional e Filosofia Política em São Paulo. Os professores apresentaram pesquisas nas áreas de direitos humanos e combate à violência contra a mulher. Também participaram de palestras e do evento em homenagem ao filósofo brasileiro Roberto Mangabeira Unger. Mangabeira foi, por duas vezes, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil. Sua obra de filosofia, teoria social e direito é citada por intelectuais do porte de Jürgen Habermas e Richard Rorty.
A professora Sarah fez uma apresentação, juntamente com a estudante Milena dos Santos Oliveira, sobre questões raciais e violência contra a mulher com o tema “A eficácia material das políticas públicas de combate à violência contra a mulher: uma análise sob o recorte de raça”. A pesquisa teve como base o questionamento sobre as Políticas Públicas implementadas no Estado Brasileiro no combate à violência contra a mulher e se são igualmente eficazes com relação à mulher branca e a negra. A apresentação visava objetivar o cumprimento do artigo 3º, IV, da Constituição Federal.
A Constituição dispõe como direito fundamental a igualdade entre homens e mulheres. E o artigo 3º, inciso IV do texto constitucional, elenca como objetivo da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Porém, de acordo com a pesquisa da professora Sarah e da Milena, a igualdade formal, expressa no texto de lei, não é suficiente para transformar a realidade fática e promover a igualdade material entre indivíduos. Nesse diapasão, a igualdade material permite a adoção de práticas que tratem desigualmente algumas parcelas da sociedade, permitindo sua equiparação de forma a alcançar o pleno exercício da cidadania.
Já o Professor Eduardo Silva, também em conjunto com a aluna Milena Oliveira dos Santos, fez uma apresentação acerca das “representações sociais sobre Direitos Humanos na imprensa do município de São Bento do Sul”, com a temática Mídia e Direitos Humanos. De acordo com a pesquisa acadêmica do professor e da aluna, é cotidiano na mídia impressa, radiada e televisionada, bem como nas Redes Sociais, menções, muitas vezes errôneas, sobre os Direitos Humanos (DH).
“A difusão e a associação dos Direitos Humanos à militância de determinados grupos de DH têm construído no imaginário popular a ideia de que DH são uma entidade, ou grupo específico e não uma Declaração assinada por diversos países, pela primeira vez em 1948 e ratificada em diversos outros momentos. Essa desinformação quanto aos conceitos fundamentais em DH, ao que tudo indica, são constantemente reproduzidas pelo jornalismo local, reforçando um senso-comum dominante no Brasil, de natureza conservadora e autoritária. Neste sentido, a educação para os Direitos Humanos, é fundamental para desconstruir esse imaginário construído pelo senso comum”, afirma a pesquisa.
A pesquisa trouxe à tona questões sobre a imprensa são-bentense em jornais impressos, especificamente sobre os argumentos recorrentes no Jornal A Gazeta, questionando se esse veículo de comunicação traz colunas, matérias e editoriais que reforçam o senso comum sobre os Direitos Humanos. O trabalho acadêmico na área de pesquisa é muito importante para a Universidade e para reforçar que as instituições de ensino são ambientes para a geração de pensamento crítico sobre temas importantes na sociedade.