A pandemia mudou e ressignificou muitas coisas em nossa sociedade, principalmente em nossas rotinas de estudos, trabalho e de socialização. E foi com este objetivo, para entender a percepção das pessoas em relação à pandemia, que o curso de História da Univille, através do Componente Curricular “Atividades de Extensão” e, em parceria com o Laboratório de História Oral, iniciou uma série de entrevistas com o pessoal administrativo, docentes, estudantes da Universidade e seus familiares. No último sábado, dia 24/10, os acadêmicos, professores e convidados compartilharam suas percepções do trabalho “ Memórias da cidade e experiências sociais na pandemia (COVID-19): Narrativas da Comunidade acadêmica da Univille (campus Joinville).
A proposta do trabalho, coordenado pelas professoras Ilanil Coelho e Sirlei de Souza, é produzir uma coleção de entrevistas orais com esses públicos e compreender as suas angústias, seus medos, suas visões de futuro e a experiência durante o período de isolamento social. Nesta primeira fase, os acadêmicos dos primeiros, segundos e terceiros anos do curso de História já realizaram mais de 25 entrevistas e, nos próximos meses, farão a análise de todo o material coletado.
O projeto foi desenvolvido com a metodologia da História Oral, ou seja, com entrevistas orais feitas pelos acadêmicos, com aqueles que previamente se dispuseram a participar. Além disso, dados da pandemia no Estado e no Brasil também foram pesquisados para o embasamento do trabalho, fazendo com que o projeto do curso de História seja referência na região de Joinville. O aprendizado foi além de aplicar o método, mas pela imersão nas histórias das pessoas e transmiti-las a todos. “As narrativas são ferramentas de libertação e de emancipação, as narrativas empoderam. Ouvir as pessoas, dar a palavra, abrir a reflexão, penso que são ferramentas que dão possibilidades de empoderamento, de reflexão e libertação”, destacou a professora do curso de História e convidada do evento Raquel Alvarenga Sena Venera.
Aprendizado acadêmico e pessoal
O compartilhamento das experiências de ouvir o outro em um momento tão complexo e delicado emocionou os convidados, as professoras coordenadoras do projeto e os acadêmicos. O desenvolvimento das práticas, de forma colaborativa, contribuiu para que todas as equipes conseguissem realizar suas entrevistas e o desenvolvimento do trabalho. “A experiência é aquilo que fica, que agarra, que faz a gente pensar”, destacou a coordenadora do curso de História, professora Ilanil Coelho.
Os acadêmicos também foram desafiados por conta das restrições das entrevistas de forma presencial a encontrar a melhor solução dentre as formas digitais. E diante de tantas incertezas, a recompensa do trabalho dos estudantes foi participar de uma produção científica e dar visibilidade para ricas histórias do tempo presente. A palavra é gratidão. “Por isso que sou professora”, finalizou de forma emocionada a professora Sirlei de Souza.
Agora, os trabalhos seguem com as transcrições, análises e problematizações. Para o próximo ano estão previstas mais 25 entrevistas. Assim, na sequência do cronograma, será realizada a produção de artigos científicos para revistas, congressos e consulta acadêmica.