O mais recente estudo sobre os impactos da crise sanitária na economia de Joinville mostrou que a maioria expressiva de empresas da cidade ligadas ao setor de turismo e eventos, 87,6%, contabilizou queda significativa no faturamento. A pesquisa também revelou que 52,9% demitiram ou devem demitir por conta da perda de receita e 
45,2% recorreram a medidas para preservação do emprego, como a MP 936, que permite a redução de jornada e de salário. A redução do faturamento é atribuída principalmente à impossibilidade da realização de eventos desde março de 2020 e a restrição de circulação de pessoas, que afetaram tanto a rede de fornecedores quanto a de apoio aos turistas e visitantes.   
 

“O impacto da pandemia na economia local é relevante, em especial na área social, uma vez que a queda significativa das receitas das empresas provocou perda de parte da renda com o desemprego”, enfatiza Jani Floriano, integrante da equipe de pesquisa e professora de economia da Univille, responsável por desenvolver o estudo em parceria com o Joinville e Região Convention & Visitors Bureau (JCVB) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Segundo Jani, o levantamento mostrou a necessidade de identificar políticas locais, principalmente, para promover o reaquecimento da atividade turismo, eventos e de alimentação e que garantam a retomada segura das atividades.  

“Ainda há muita insegurança nesses segmentos para retomada, eles aguardam por uma situação um pouco mais tranquila”, destaca Giorgio Augusto Souza, executivo do JCVB. “O mais recente decreto da Prefeitura sobre a pandemia voltou a intensificar restrições, e eventos que estavam programados para o fim do ano por enquanto estão suspensos”, lembrou a coordenadora da pesquisa e professora da Univille, Yoná da Silva Dalonso.    

Outra demanda evidenciada na pesquisa é a necessidade de crédito. “O problema é que as empresas precisam apresentar garantias e nem sempre o porte delas dá condições para isso. É preciso criar linhas de crédito específicas”, pondera Jani Floriano. Giorgio aponta como uma alternativa para dar fôlego ao setor a redução do Imposto sobre Serviços (ISS) pelo município.   

Microempreendedor  

Foi considerada como população de pesquisa, aplicada de 1º a 28 de setembro, os associados das entidades de classe: JCVB, Sindicato Viva Bem, Câmara Setorial de Gastronomia e Entretenimento da CDL Joinville, Núcleo de Turismo da Ajorpeme e Conselho Municipal de Turismo, totalizando 268 empresas. “Neste cenário, a amostra teve uma margem de erro de 8% e confiabilidade de 95%", complementa Yoná.  

A pesquisa identificou que dentre os segmentos de atuação das empresas participantes, 47,2% dos que responderam ao questionário têm um negócio ligado diretamente à prestação de serviços ou ao fornecimento de produtos para o setor de eventos. A maioria, 82,69%, se enquadra na categoria de microempreendedor, empresa de pequeno porte e microempresas.  Segundo dados de 2020 da Junta Comercial do Estado de Santa Catarina (Jucesc), 90% das empresas turísticas ativas no Estado são de microempreendedor individual e microempresas.