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O ano de 2020 trouxe mais reflexões e desafios aos profissionais que atuam no combate ao novo Coronavírus. Nos últimos meses você entendeu a importância e necessidade de lavar as mãos para ficar prevenido contra o novo vírus. Mas, há 200 anos, a enfermeira Florence Nightingale percebeu como essa atitude tão básica, a lavagem das mãos, era capaz de prevenir inúmeras doenças. Em homenagem a Florence, a fundadora da enfermagem moderna, o dia 12/05 é considerado o Dia Internacional da Enfermagem e Dia do Enfermeiro.

A atuação de Florence na Inglaterra foi importante para a construção e aplicação de práticas que perduram até hoje em todo o mundo, seja na atuação dos enfermeiros e nos protocolos dos serviços de saúde. A enfermeira atuou na Guerra da Crimeia (1853-1856) e constatou que a maioria dos soldados morriam por contas das infecções, o que motivou suas pesquisas científicas e ações de educação, que também influenciaram as políticas sanitárias. Florence defendeu o treinamento das equipes de enfermagem, a higienização dos hospitais e, principalmente das casas, onde a maioria dos casos de doenças infecciosas eram registrados.  

A importância do trabalho de Florence sempre foi evidente pelo mundo, mas, principalmente, neste momento de pandemia que o Brasil e o mundo atravessam. E é esse protagonismo que a professora e coordenadora do curso de Enfermagem da Univille, Elviani Basso Moura, considera importante e relevante a visibilidade da sociedade aos profissionais. “A enfermagem tem um importante papel no combate ao Covid-19, os enfermeiros tornaram-se atores principais dessa trágica pandemia. Esse protagonismo se deve pela atuação corajosa, efetiva e ininterrupta dentro dos hospitais, que resultou em uma comoção geral da sociedade. Esperamos que mesmo com pontos positivos e negativos, esse protagonismo possa ser transformador para a liderança na enfermagem, trazendo tempos futuros melhores e inovadores para a profissão” destaca.

A linha de frente da assistência

Os casos mais graves acometidos pela Covid-19 necessitam de internação em Unidades de Terapia intensiva (UTI). São nesses locais, segundo a professora Elviani, que o profissional enfermeiro atua de forma efetiva, prestando uma assistência integral e qualificada para esses pacientes. Através de cuidados específicos e da sistematização da assistência de enfermagem, é possível recuperar e reabilitar esses pacientes. Porém, com a exaustiva assistência direta, os profissionais da enfermagem também aumentam a exposição ao vírus.

Só no Brasil, segundo números do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), já são 98 profissionais mortos pelo Coronavírus, ultrapassando os números dos estados Unidos, onde 91 profissionais perderam a vida no enfretamento segundo dados da National Nurses United (NNU). No mundo, já são mais de 260 mortes de profissionais, além de 90 mil infectados.

Porém, além do reconhecimento, a enfermagem também precisa de cuidados de saúde e de condições de trabalho. “Os profissionais da enfermagem não são heróis, são humanos. Nós queremos que todos esses reconhecimentos sejam revertidos em benefícios a profissão. A enfermagem precisa de melhores condições de trabalho, de dimensionamentos de enfermagem adequados, de segurança para o trabalho em saúde com equipamentos de proteção individual em quantidade e qualidade adequadas, de redução de jornada de trabalho, de salários justos a profissão. Precisamos de valores reais e respeito”, pontou a professora.

Uma semana de conscientização

A partir de hoje, dia 12/05, os acadêmicos de Enfermagem da Univille vão ter uma Semana da Enfermagem diferente, toda online pelo Instagram do curso. Com o tema “Enfermagem em evidência: o protagonismo da enfermagem no combate a Covid-19 no ano internacional da profissão”, serão dois dias de discussões e debates importantes para profissão em um momento excepcional no Brasil e no mundo. E com este recorte, é que a professora acredita que os acadêmicos e profissionais vão sair mais fortes e experientes deste momento, a vivência de novos modelos de atendimento e cuidados vão permitir que eles aprendam mais e entreguem bons resultados aos pacientes.

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