O isolamento social forçado colocou em evidência o sentimento de solidão e a busca incessante por ocupar nosso tempo como meio de enfrentar a dificuldade de lidar com ela. A psicóloga e professora da Univille Marciane Cleuri Pereira Santos aconselha: “Use o tempo a seu favor. Tome consciência de que o isolamento e a pandemia vão passar. Portanto aproveite o momento de estar em casa, curta sua casa, arrume seu guarda roupa, faça aquela mudança nos móveis ou na decoração que você queria e não dava tempo”.
Por conta da diminuição das atividades sociais, passamos mais tempo conosco mesmo ou com pessoas mais íntimas. Uma oportunidade para operar mudanças principalmente nas relações, diz Marciane. “Aproveite para se conhecer mais. Dê atenção aos seus desejos de melhorar seu jeito de funcionar nas relações, ou naquele jeito da tua personalidade que te incomoda”, recomenda a psicóloga.
Vale o mesmo na convivência mais prolongada com familiares. “Desfrute da companhia deles usando a criatividade para novas formas de interagir, brincadeiras novas ou que estavam guardadas na memória, atividades compartilhadas que os envolvam. Vocês irão descobrir uma porção de coisas que passam despercebidas na correria do dia a dia. Podemos resgatar ou reconfigurar relações. Isso é bom, nos faz crescer”, reforça.
E indica um pacote de atividades para facilitar trabalhar todos esses aspectos: “Faça meditação, maindfulness, relaxamento ou aquela prática de espiritualidade ou religião que você queria. Busque terapia, leia um bom livro, ouça música, assista a filmes bons. Faça no seu ritmo, não se cobre por produtividade. Desfrute da oportunidade de ficar mais com você mesmo do que com o mundo externo”.
Enfim, orienta Marciane, “ajuste a lente da sua visão para olhar o que pode tirar de proveito da pandemia”. Mas se ficar muito difícil fazer isso sozinho(a), busque ajuda. “Há bons psicólogos fazendo atendimentos online e atendimento emergencial (inclusive do Serviço de psicologia da Univille, o Spsi). “Afinal, a pandemia vai passar e poderemos crescer, aumentando nossa resiliência para crises”, finaliza.