Práticas de intolerância têm se potencializado com as redes digitais, expondo a violência simbólica como um dos traços preponderantes da nossa sociedade. Somos um país marcado pela diversidade, mas que carrega uma herança histórica de preconceitos: racismo, machismo, homofobia e sexismo. Tornar público o debate crítico sobre as práticas veladas ou explícitas que ferem a condição humana é um compromisso civilizatório e de defesa da sociedade.
Nesse sentido, a Universidade da Região de Joinville - Univille, solidariza-se com o professor da casa, Jonathan Prateat, que sofreu injúria racial durante sua apresentação no Seminário Curricularizando a Extensão, promovido pelo Núcleo de Educação da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ). O evento aconteceu na tarde de ontem (27), via Google Meet. Durante a apresentação do Projeto Caminho Curto, que mobiliza ações com a comunidade quilombola Beco do Caminho Curto, em Pirabeiraba, um grupo invasor entrou na transmissão, acionou o áudio e proferiu discurso de ódio, com linguagem ofensiva, de cunho racista, o que se caracteriza como injúria racial.
A Universidade tem como missão a formação humanística, científica e profissional para a sociedade, o que a leva a se posicionar ética e politicamente no combate às práticas de intolerância.
A empatia com a dor do outro, como nesse contexto vítima de racismo, é condição primordial para a vida em sociedade, fazendo circular um conjunto de sentimentos que nos faz mais humanos. A Universidade é um espaço de acolhimento, reflexão e promoção de ações afirmativas em defesa de uma sociedade cada vez mais inclusiva. A instituição entende que assim contribui para uma educação voltada aos Direitos Humanos.
Esse evento traumático mostra também a urgência de se promover mais ações de ensino, pesquisa e extensão voltadas para as questões raciais, sobretudo quando o racismo estrutural se apresenta de forma tão evidente.