Equipe de pesquisadores das áreas de psicologia e administração da UFSC desenvolveu um instrumento capaz de medir quais são as principais crenças (fatores psicológicos) que influenciam as pessoas a adotar distanciamento social durante a pandemia de Covid-19. A escala, criada com base na Teoria do Comportamento Planejado, foi usada em uma pesquisa que entrevistou 786 pessoas de 17 estados brasileiros, distribuídas entre 109 municípios. Do total de entrevistados, 80% são catarinenses.
“Investigamos principalmente crenças associadas às vantagens de adotar o comportamento (ex. bem-estar, segurança), relacionadas com a percepção de pressão social e fatores de controle facilitadores ou impeditivos (ex. recursos financeiros). Identificamos que a percepção de pressão social é um dos fatores determinantes da intenção das pessoas manterem o distanciamento social”, enfatiza um dos pesquisadores, o psicólogo formado pela Univille, professor e doutorando da UFSC, Gabriel Horn Iwaya. O estudo mostrou que os fatores mais importantes para que uma pessoa decida adotar a medida estão associados ao grau de valorização que ela dá à opinião das pessoas que considera importantes sobre o distanciamento social.
“Quando realizamos a coleta de dados, no início de abril, o comportamento de permanecer em distanciamento social estava sendo melhor avaliado por crenças afetivas relacionadas com a medida e não por crenças racionais, como acreditar que o distanciamento é uma decisão ‘sensata‘, ‘inteligente‘ ou ‘correta’”, completou Iwaya.
De acordo com o pesquisador, os resultados são úteis para organizações públicas e privadas que buscam subsídios teóricos e evidências científicas para justificar o desenvolvimento de mensagens voltadas à promoção do distanciamento social no estado de Santa Catarina.
O estudo Preditores da Intenção de Permanecer em Distanciamento Social foi publicado pela Revista de Administração Pública.