Na quinta-feira (27), os alunos dos cursos de Fisioterapia, Psicologia e Medicina deram os primeiros passos para entender a fundo a fibromialgia, uma doença crônica que influência o sono e causa dores pelo corpo. A pesquisa, que ainda está nos estágios iniciais de produção e é financiada pelo CNPq, foi conduzida na Unidade Centro e levou em consideração a experiência de três pessoas, na faixa dos 30, 50 e 60 anos.
Neste primeiro encontro, os acadêmicos conduziram um questionário que tinha como objetivo entender as medidas tomadas pelos pesquisados: como a trajetória até o diagnóstico, uso de medicamentos e as dificuldades encontradas. Entre as queixas principais, os entrevistados ressaltaram a negligência das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que, em sua grande maioria, não possuem o conhecimento específico sobre a doença e, consequentemente, não conseguem passar o tratamento devido.
Entretanto, a falta de um tratamento adequado é somente um dos agravantes, como aponta Fernando Kissmer, um dos diagnosticados que foram escutados pelos alunos.
“Precisaria de uma variedade de especialidades para conseguir contornar a situação, desde fisioterapia e apoio psicológico. Além disso, há o fator monetário, porque cada um desses especialistas gera um custo e é difícil bancar a situação”, exemplifica.
A pesquisa é coordenada pelo professor Luciano Henrique Pinto, docente da disciplina de Farmacologia Clínica e Humanidades Médicas. Para o professor, há uma falta de diálogo sobre a síndrome, tanto na esfera pública quanto política.
"A nossa intenção é produzir trabalhos científicos para alertar a comunidade científica sobre o atendimento de pessoas com fibromialgia no sistema público de saúde, e também gerar dados para pressionar o poder público, os gestores em saúde e conseguir um atendimento adequado para esse público", reforça.
Ter a oportunidade de fazer parte dessa frente, que visa conscientizar sobre a fibromialgia, agrega para a formação acadêmica, de acordo com a estudante Luisa Helena. Segundo a discente de psicologia, é possível colocar em ação a escuta empática e trazer uma abordagem acolhedora, mas ao mesmo tempo profissional para o processo.
“Torna mais acessível eu ter um olhar mais humanizado da comunidade, realmente colocar em prática o que eu estou pesquisando. Muitas vezes estamos observando de longe, sob a perspectiva de um artigo, e a pesquisa com a comunidade serve justamente para isso: aumentar a voz de quem precisa por um viés acadêmico”, constata.
O próximo encontro para tratar sobre o assunto ocorrerá no dia 20 de abril, na Unidade Centro da Univille.