O Núcleo de Estudos e Atividades em Direitos Humanos (NEADH), com o apoio do Comitê de Educação de Direitos Humanos (CEDH) da Univille e do Diretório Central dos Estudantes, realizou uma roda de conversa no campus São Bento do Sul. O encontro teve como tema os desafios de ser diferente no ambiente acadêmico-social. Os facilitadores da conversa foram a professora Luciana Gerent, do curso de Psicologia, e o professor Jorge Matos, do curso de Direito. Os participantes, alunos, professores e empregados da Universidade, levaram suas cadeiras, banquinhos e almofadas e formaram um círculo para compartilhar experiências e ideias.
No início da conversa, a professora Luciana falou sobre o bullying e explicou um pouco sobre o que é e que o devemos fazer para lutar contra essa prática que causa tantos problemas. “Se a brincadeira é ofensiva, é bullying”, citou a professora. De acordo com o Ministério da Educação, um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. O dado foi divulgado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) 2015.
Na roda de conversa, foi salientada a importância do diálogo, que continua a ser a melhor arma contra esse tipo de violência, e de ficar atento aos sinais do bullying, como mudanças de comportamento. A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.
O bullying se diferencia das brigas comuns porque se se torna algo rotineiro, em que um jovem ou grupo começa a perseguir um ou mais colegas. As crianças e adolescentes que têm um perfil mais retraído costumam ser as maiores vítimas. No geral, elas apresentam maior dificuldade para se expressar ou se abrir em casa ou na escola. O medo de piorar a situação, quando a chantagem costuma fazer parte das agressões, também contribui para o silêncio.
Porém, não está restrito somente às crianças e adolescentes e ao ambiente escolar. Muitas pessoas acabam sendo vítimas dessa prática até mesmo nos ambientes virtuais, o que é chamado de cyberbullying. Com a exposição excessiva das redes sociais, esse se torna um tipo de violência muito comum. Denuciar, nesses casos, é o melhor caminho. É necessário que a vítima procure a delegacia de polícia mais próxima e faça o registro. A legislação brasileira prevê uma pena de até dois anos de detenção, dependendo do crime praticado na internet – os crimes menos graves, como invasão de dispositivos, podem ser punidos com prisão de três meses a um ano, além de multa.