Fundamentos pedagógicos
Concepção de educação
Desde a década de 1990 ocorrem discussões nacionais e internacionais sobre a educação para o século XXI e o engajamento com a aprendizagem dos estudantes, compreendida como o processo de desenvolvimento de competências para fazer frente aos desafios do mundo contemporâneo. Em termos gerais, com base nos pilares delineados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, do inglês United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) para a educação do século XXI, pode-se considerar que tais competências incluem, de forma não exclusiva, a capacidade do estudante de (DELORS et al., 2000):
- aprender a conhecer: inclui as capacidades de formular problemas, definir objetivos e especificar e aplicar metodologias, técnicas e ferramentas na solução de problemas;
- aprender a fazer: implica ser capaz de empregar conceitos, métodos, técnicas e ferramentas próprios de determinado campo profissional;
- aprender a conviver: abrange a capacidade de se comunicar de forma eficaz, trabalhar em equipe, respeitar as normas de convívio social levando em conta os direitos e deveres individuais e coletivos;
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aprender a ser: diz respeito a ser capaz de agir eticamente e comprometido com o respeito aos direitos humanos.
Entendendo que a educação precisa contribuir para a formação integral do estudante e para a prática de sua cidadania, os Colégios contemplam uma visão de educação dentro da dimensão socioambiental comprometida com o processo de construção do conhecimento, respeitando o ser humano com suas diferenças, limitações, possibilidades individuais e sociais e seu modo de inserção, considerando o espaço coletivo, familiar, comunitário e ambiental. Fundamenta-se no ensino, na pesquisa e na extensão, incentivando o estudante a buscar conhecimentos múltiplos, necessários para o seu desenvolvimento integral, tornando-se capaz de evoluir no seu modo de pensar, sentir, agir e interagir na sociedade como um ser crítico, ético, criativo, aberto a mudanças e capaz de modificar sua própria história.
Papel da escola
Considerando as diretrizes estabelecidas pela Resolução n.º 17/99 do CEE/SC, o Colégio Univille SFS ofertará turmas de ensino fundamental anos finais e de ensino médio, pautando-se nos pressupostos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n.º 9.394/96, conforme manifestado em seu artigo 2º.
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996).
Sob o ponto de vista institucional, conforme preconiza o PDI 2017-2021, “a Univille promove a educação básica por meio de seus Colégios” onde se busca “[...] articular as experiências e os saberes dos estudantes com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, ambiental, científico e tecnológico da humanidade” (UNIVILLE, 2016, p. 84).
No Colégio Univille SFS entende-se que o currículo, além de se constituir em documentos que contemplam os conteúdos a serem estudados, pode ser entendido como “as experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações sociais, e que contribuem para a construção das identidades de nossos/as estudantes” (MOREIRA; CANDAU, 2007, p. 18).
No Colégio Univille SFS as práticas educativas, fomentadas pelo currículo, são voltadas para a ampliação do universo cultural e socioambiental do estudante, para que ele possa conhecer o mundo e interagir intelectual e socialmente com sua realidade no mundo contemporâneo.
Assim, reitera-se que:
“A escola é o lugar institucional de um projeto educacional. Isso quer dizer que ela deve instaurar-se como espaço-tempo, como instância social que sirva de base mediadora e articuladora dos outros dois projetos que a ver com o agir humano: de um lado o projeto político da sociedade e, de outro, os projetos pessoais dos sujeitos envolvidos na educação” (SEVERINO, 2006, p. 212).
Considera-se que as ações no ambiente escolar devam representar o compromisso da instituição com o fortalecimento da cidadania e intencionalidade educacional, fomentando o estabelecimento de um diálogo coletivo. Conforme preconiza a LDBEN, o trabalho pedagógico precisa desenvolver, de forma equilibrada, processos educacionais de informação e formação para estimular o exercício da cidadania, da atuação do indivíduo na sociedade, com senso crítico, iniciativa, criatividade, autonomia e responsabilidade cultural e socioambiental.
No Colégio Univille SFS acredita-se que é necessário aproximar o estudante e suas famílias do ambiente escolar na busca de uma educação integral. Considera-se que a escola contribui para que o indivíduo construa uma clara compreensão da sociedade e de suas transformações culturais, políticas e socioambientais.
Assim, defende-se, também, a ideia de que a escola é um lugar em que a educação é considerada em seus múltiplos sentidos, repletos de histórias e significados, considerando a importância de a escola abarcar a bagagem pessoal do estudante.
Compreende-se que a função da escola é promover experiências e vivências, mediante as quais crianças e jovens possam se apropriar de conhecimentos científicos, desenvolver suas capacidades e habilidades intelectuais, desenvolver sensibilidades e aprender valores culturais, éticos, estéticos e ambientais. Nesse sentido, a educação é construída e compartilhada e a formação de cidadãos é uma responsabilidade conjunta da escola, da família e da sociedade.
Concepção de estudante
Em consonância com o PPI da Univille (UNIVILLE, 2016), o estudante está no centro do processo de ensino e aprendizagem. Para que ele desenvolva um conjunto de competências previamente definido como objetivo de aprendizagem, enquanto alguém inserido na sociedade, ele é considerado um sujeito social com saberes e competências que devem ser levados em conta no processo de ensino.
Concepção de docente
O professor é um ser social e histórico, sempre em movimento, pois constrói valores e atitudes, agindo com um modo próprio de estar no mundo e de ver as coisas. Cada professor tem sua identidade, uma forma pessoal que o distingue dos outros, fruto das interações sociais complexas nas sociedades contemporâneas e que define um modo de ser no mundo, num dado momento, numa dada cultura, numa história (GATTI, 1996).
Para Roldão (2006), o que distingue o professor de outros profissionais é o saber necessário à função de ensinar, que se situa em um duplo referencial: ensinar como professar um saber e ensinar como fazer para que o outro seja conduzido a aprender/apreender. O primeiro referencial de ensinar foi importante em um contexto histórico que já passou. Nos dias atuais, as necessidades da sociedade, cujo acesso à informação é facilitado, são outras, e por isso o profissional de ensino torna-se um facilitador que instiga o estudante a aprender e consequentemente apreender.
Dessa forma, o professor torna-se indispensável, com o compromisso de auxiliar seus estudantes a “tornarem-se sujeitos pensantes, capazes de construir elementos categoriais de compreensão e apropriação crítica da realidade” (LIBÂNEO, 2011, p. 11).
Para conduzir o processo de ensino e aprendizagem no Colégio Univille SFS, o docente tem como responsabilidades a definição, o planejamento, a execução, o acompanhamento e a avaliação de situações que promovam a aprendizagem, atividades essas norteadas pelas concepções e pelos princípios previstos no PPP do Colégio, assim como nos objetivos da educação básica conforme legislação vigente.
Em consonância com o PPI da Univille, é fundamental que o professor desenvolva as seguintes competências:
- Competência técnico-científica: ser capaz de se manter atualizado e de abordar os conteúdos em relação a sua área de conhecimento;
- Competência pedagógica: saber organizar e dirigir situações de aprendizagem em que atue como orientador e mediador, empregar metodologias de aprendizagem inovadoras e novas tecnologias de informação e comunicação em situações de aprendizagem e acompanhar e avaliar a efetividade das situações de aprendizagem;
- Competência relacional: ser capaz de agir e de orientar os estudantes quanto ao respeito à vida, à dignidade, à liberdade, à democracia, à diversidade, ao meio ambiente, às relações humanas, levando em conta valores e atitudes éticas por meio do diálogo e do respeito ao outro;
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Competência organizacional: agir em conformidade com o estatuto, os regimentos e as resoluções da Instituição, bem como atuar de forma comprometida com as concepções, com a missão e com e as diretrizes institucionais.
As competências supradestacadas são relevantes para que o professor possa exercer a tarefa de ensinar, pois ele necessita conhecer muito bem o conteúdo da disciplina que leciona, além de dominar os saberes do campo da educação. Esses saberes permitem desenvolver sua atividade, proporcionando a aprendizagem do estudante e não simplesmente a transmissão do conteúdo. É importante ressaltar que ensinar é uma ação do professor para mobilizar e mediar a aprendizagem de um conteúdo do qual o estudante necessita apropriar-se (VOIGT; PESCE; GARCIA, 2016).
Concepção de ensino e aprendizagem
No Colégio Univille SFS, alinhado ao que preconiza o PPI da Universidade (UNIVILLE, 2016, p. 69), “o processo de ensino e aprendizagem acontece sobremaneira na interação dialógica entre estudantes e professores” e, por essa razão, está em contínua construção e aperfeiçoamento.
Nessa perspectiva, a aprendizagem é compreendida como uma construção do sujeito que se dá por meio do desenvolvimento de competências que possibilitem uma atuação cidadã, consciente, crítica, solidária, criativa e autônoma diante das exigências e necessidades da sociedade.
Sob a ótica do ensino, considerado como uma ação intencional, o processo engloba o domínio dos conteúdos, o planejamento, a execução, o acompanhamento e a avaliação das situações que promovam a aprendizagem e a construção de um ambiente de interação que favoreça o diálogo e o respeito mútuo, além da responsabilidade e do comprometimento com os objetivos do ensinar e do aprender.
Concepção de avaliação da aprendizagem
Em consonância com o PPI da Univille (UNIVILLE, 2016, p. 71), no Colégio Univille SFS compreende-se que a “avaliação da aprendizagem é um ato necessário” e que abriga “uma crítica pedagógica que inclui desempenho e posturas docentes e discentes”. É realizada de forma contínua, cumulativa e sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação de aprendizagem de cada estudante em relação à proposta curricular e pedagógica. A avaliação não pode priorizar apenas o resultado ou o processo, mas precisa, como prática de investigação, interrogar a relação ensino e aprendizagem, possibilitando a identificação dos conhecimentos construídos e das dificuldades existentes, sempre privilegiando a forma dialógica e a busca por melhorias.
No Colégio Univille SFS entende-se que a avaliação deva ser um processo para construir uma reflexão crítica sobre a prática, tanto por parte dos professores quanto dos estudantes. Para Lowman (2004), examinar tem um efeito poderoso sobre as atitudes dos estudantes, sobre o modo como estudam e sobre o que aprendem. Para os professores, possibilita identificar os avanços e as dificuldades e o que fazer para superar os obstáculos.
Com base em Lowman (2004), Hoffmann (2000) e Romão (1998), o Colégio Univille SFS desenvolve seu processo de avaliação nas seguintes dimensões:
- Diagnóstica: possibilita a sondagem inicial de competências, habilidades e conhecimentos do estudante em determinada área, identificando o nível de aprendizagem de conteúdo. É utilizada para estimar possíveis dificuldades de aprendizagem, possibilitando a adequação dos instrumentos pedagógicos às necessidades de aprendizagem do estudante;
- Formativa: é usada no percurso do processo de ensino e aprendizagem como forma de monitoramento do rendimento do estudante, das deficiências das metodologias de ensino e sobre a necessidade de possíveis alinhamentos de curso do planejamento de ensino. A preocupação central é coletar dados para reorientar o processo de ensino-aprendizagem, tendo como objetivo verificar se o que foi proposto pelo professor em relação aos conteúdos está sendo atingido;
- Cumulativa: identifica aquilo que o estudante vai aprendendo no decorrer das aulas, permitindo ao professor um acompanhamento individualizado;
- Somativa: tem como objetivo traduzir de forma quantitativa os resultados objetivos no processo educativo com a atribuição de notas e/ou conceitos que permitam verificar se o estudante pode ser promovido ou não de uma série para outra;
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Emancipadora: promovendo a autocrítica, essa avaliação pode ser realizada individualmente ou em grupo e permite ao estudante tomar consciência do que aprendeu, da forma como estudou e do que pode ser melhorado. Também o professor pode empregar esse tipo de avaliação para refletir sobre sua prática e as melhorias possíveis.
A avaliação constitui um momento reflexivo sobre teoria e prática no processo de ensino-aprendizagem. Ao avaliar, o professor estará constatando as condições de aprendizagem dos estudantes, para, a partir daí, prover meios para sua recuperação. Portanto, avaliação não é um ato, é um processo, solicitando intenso envolvimento dos seus protagonistas.